13 março 2012

Como escrever se talvez eu nem saiba mais como fazer isso? O que cura um coração despedaçado? Fantasia, desabafo, um conto ou uma poesia? Minha imaginação se prendeu em um baú anos atrás, e não sei quem escondeu a chave. Acho que isso significa que eu só posso escrever sobre mim.

É engraçado pensar em como nossos sonhos se alteram, principalmente aqueles que nunca foram realizados. Eu passei boa parte da minha infância sonhando em ser uma jornalista (consequentemente) poliglota. Eu sempre amei estudar outras línguas, descobrir curiosidades de outros países. E eu sempre gostei de escrever. Em todos os meus momentos difíceis – sim, houveram muitos deles, lá estava o caderno/diário da época, pronto para me ouvir e suportar minha condição, qualquer que fosse. Muitas vezes eu simplesmente rabisquei com força, chegando a rasgar o papel, em outras eu simplesmente eu o arrancava brutalmente. Muitas das vezes eu escrevia palavras de ódio e desamparo. Mas não foi somente isso. Quantas e quantas histórias mágicas e caóticas e serenas e malucas me aconteceram! E ah se não fosse o papel, a escrita. Minha memória me falha desde que me conheço por gente, foi preciso anotar tudo que senti necessidade de tornar eterno – em algum lugar, pois na mente consciente nunca permanecia por muito tempo.

Embora eu assuma, sem nenhum orgulho, que deixei de anotar muitas e muitas coisas lindas que me aconteceram, essas eu ainda posso sentir de alguma forma. Oh que contradição. E eu saí do caminho.É engraçado como este sentimento é recorrente em mim. Quando meu interesse por política partidária fortaleceu, percebi que jornalismo não era tão ideal assim para mim. Mas as palavras continuam aqui. Agora elas fogem, se escondem, se confundem, mas permanecem.

Hoje eu ouvi meu supervisor contando de uma orientação vocacional que ele realizou semana passada, ou algo assim. A menina havia conseguido passar no vestibular de uma ótima universidade, mas desejava outro curso. Meu professor, contratado pelos pais para convencê-la a ficar por mais um ano, estudar por mais um ano, e prestar o curso que tanto deseja cursar, argumentou da seguinte forma: ‘Quanto lhe causará emocionalmente desistir do seu sonho sem ao menos tentar?’

Quanto lhes causa isto?

Esse assunto é delicado e, ao mesmo tempo, esgotado por aqui. Mas acho que aqueles que forem atenciosos saberão porque meu coração está em pedaços, e porque tento e tento colar todos eles, espalhados por aí, sem sucesso, há 4 anos.

05 março 2012

Depois de uma tempestade que parecia não ter fim e prometia me deixar sem teto e sem nada, as coisas acalmaram e, bem, uma nova semana começa.

E começa com uma incrível vontade de mudar/melhorar sem ter que perder 'tudo', como já aconteceu antes. Eu quero melhorar agora, para aproveitar o que tem na minha vida AGORA. Não quero esperar ser abandonada por cansaço, não quero testar as pessoas nesse sentido.

Não quero mais colocar a minha felicidade nas mãos de uma pessoa, porque isso é injusto - para mim e para ele.

É curioso meu comportamento cíclico. Estou solteira, corro atrás das coisas, faço mil contatos, faço tudo acontecer, me fortaleço. Claro que tenho momentos de tristeza e loucura, mas eles passam na manhã seguinte e não deixam rastros mais sérios que status comprometedores no facebook. E então alguém gosta de mim, e eu gosto da pessoa ao mesmo tempo! (ou quase ao mesmo tempo). Voilà, aquela guria legal, de boa e aparentemente bem-resolvida e interessante de se namorar se torna uma garotinha chorona, suicida, com muitos problemas com a família, muito problemas com grana, muitos problemas com o corpo, muitos problemas com tudo!
Eu sempre fui sensível, mas quando sei que tem alguém disposto a cuidar de mim, eu baixo a guarda demaaaaais. Acaba se tornando uma coisa de testar pra ver até onde a pessoa aguento comigo. (mas eu só percebi isso agora!). E então a pessoa estranha, sente que foi enganada; se preocupa com meu estado; e por fim cansa. Cansa de brigas, de remédios, de ligações estranhas, de stress, da família contra a relação. Outras gurias aparecem. É normal, é compreensível.

EPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Já sabemos como tudo (ou quase tudo) funciona e não, NÃO queremos este final já conhecido. Não quero ter que perder pra acordar.
Quero melhorar, aguentar o estágio, arrumar outro, pagar minhas contas, voltar à terapia, voltar ao balé, ir aos shows lindos que me esperam em 2012 e ter um relacionamento legal (comigo mesma, com namorado, com amigos e família).

Não sei como isso termina, mas sei que não será daquele jeito já conhecido. E que, a partir de agora, há um recomeço diferente.

'I ain't happy, I'm feeling glad.
I got sunshine in my bag.
I am useless, but not for long
The future is coming on'
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Sorohell
Devaneios e ventania.Tolices de uma garota quieta que fala demais.