14 setembro 2010

Enquanto isso...


(Post escrito ouvindo Older Chests – Damien Rice)

Eu sempre me apaixono por personagens. E acho que estou numa daquelas fases da vida em que me apaixono por tudo, menos por meninos de fato. Conheço vários interessantes, já me envolvi com alguns, com outros nem em sonho, enfim.... Já conversei sobre isso várias vezes com algumas amigas. Mas eu sinto falta de me apaixonar. Sim, porque eu fui MEGA apaixonada e correspondida. Foi legal, acabou, sussa em relação a isso. Mas, ah,
Talvez um amigo esteja certo: “você se fechou naquele seu estereótipo de menino perfeito-no-seu-estilo”. É, talvez eu não consiga enxergar menino que não está de All Star, menino que não ouça Beatles com tanta freqüência, menino que não é viciado em filmes, menino que não tem barba e que não é meio anarquista. Talvez eu não consiga enxergar quem está simplesmente do meu lado.
Quando eu penso nas pessoas mais importantes da minha vida, eu penso em quão diferente nós éramos e em como nós modificamos a vida dos outros e vice-versa.
Aquela amiga que eu deixei mais questionadora, e ele me deu mais segurança. A outra que me fez ver beleza em coisa pequena enquanto eu “ensinei” a ser mais desencanada. Aquele carinha lá que ficou mais alternativo por estar do meu lado, enquanto eu aprendia a ser mais metaleira! E tem aquele outro que me liga quando vai comprar um All Star novo, pra eu palpitar sobre a cor. Me pergunta sobre os piercings que vai colocar, lembra de mim toda vez que o professor de História fala algo sobre revolução socialista; me pergunta o nome da banda aqui ou que filme é aquele lá; e é quem me ensinou a mandar mensagem de boa noite ou mensagem “por nada mesmo”, aquele que me “ensinou” a provocar a curiosidade das outras pessoas sobre a nossa suposta relação, só por diversão. Aquele que estimulou minhas idéias totalmente renovadas sobre estudar e emagrecer. Este que me ensinou um novo significado para a palavra confiança. Mesmo eu levantando da cama toda vez que ele deita. Talvez tenha me ensinado a receber elogios sem morrer de vergonha.
A magia de se envolver com as pessoas é a marca que deixamos nelas, e que elas deixam em nós. E isso é para sempre, você sendo igual a mim, ou não.

E talvez eu esteja na fase esquisita de me apaixonar por tudo, por músicas, por personagens, por filmes, pessoa que nem conheço, mas não por quem está do meu lado. E talvez isso seja melhor, seja a melhor e mais sensata coisa a se fazer. Então posso ter um amigo para sempre ao invés de um amor por dois anos.

“Você é uma pessoa muito interessante. Um mundo novo a ser descoberto. Tão rica. Complexa e cheia de coisas.”

E mesmo este sendo um dos elogios mais legais e espontâneos que eu ouvi em toda minha vida, sim eu prefiro me apaixonar por tardes sem nexo, dando risada horrores, andando no Sol e reclamando, fingindo que vai ao banheiro só para conversar no corredor, noites jogando vídeo-game ou vendo fotos comprometedoras, xingando você de palavrões e sendo tão compreendida, porque você sabe que é mentira e nunca fica bravo de verdade. Eu prefiro me apaixonar por todos estes momentos do que por você! Porque eles sempre serão eternos e desta forma a nossa amizade também.
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Sorohell
Devaneios e ventania.Tolices de uma garota quieta que fala demais.