28 maio 2011

Sobre o eterno desencanes

Vai ser assim: eu vou conhecer um guri num lugar completamente aleatório e ele vai virar meu super amigo em dois dias, porque a gente não vai parar de se falar em todas as redes sociais possíveis. A gente vai se encontrar nos lugares, por acaso ou não. Ele vai ficar afim de mim, eu vou achá-lo o máximo (por 48 horas) e a gente vai ficar. Ele vai dizer o quanto eu sou legaaaaal e apaixonável e eu vou ficar encantada se a gente jogar vídeo-game junto, ou se ele for de esquerda ou se tiver um gosto musical decente. Eu vou xingá-lo porque tem uma música da Cristina Aguilera no Ipod, mas vou achar a coisa mais fofa ele ter deixado o Abbey Road inteiro lá. Vamos discutir sobre filmes preferidos, eu vou à casa dele jogar Mario e vou até viajar sobre a possibilidade de coisas estranhas (estranhas para mim, normais para o resto do mundo). Ele vai me mandar milhões de sms e ficar horas e horas no MSN comigo. Eu vou adorar o perfume que ele usa e o estilo de vida que ele tem. Ele vai se irritar com meu eco-feminismo/anarco-punk. No máximo vai se interessar um pouco. As duas semanas iniciais vão passar. Eu vou ter preguiça de vê-lo ou ele mora em outra cidade ou a mãe dele o proibiu de sair de casa ou sei lá o que. Eu vou me irritar. Eu vou ter TPM. O guri vai cair na real e ver que eu sou chata pra caraleo e nunca mais vai me chamar de chuchu nem ligar a web cam para me dar boa noite. Eu vou perceber que ele está se afastando. Se ele me tratar mal, mesmo que sem querer, uma vez, fudeu para sempre. Eu vou me proteger. Se ele me ignorar, não vou sentir um pingo de surpresa. Ele vai deixar de me mandar sms. Eu não vou mais falar com ele, mas não como birra, é porque acontece. SEMPRE ACONTECE. É sempre assim. Todas as minhas histórias recentes são assim. Eu vou desencanar tão rápido, mas tão rápido que vai parecer que eu nunca dormi e acordei pensando no guri. E eu vou encontrá-lo por aí e, com total desprendimento, vou conversar e trocar altas idéias. Assim, sem nenhum problema. Por que? Por que? Ouço tantas histórias das minhas amigas. Essas que amam para sempre, essas que amam por um ano ou dois o mesmo cara, essas que sofrem. Essas que não são correspondidas, essas que são e se apaixonam. Eu também já amei, eu já fui apaixonadinha. Poxa. Parece que qualquer mancadinha mínima que o cara dar, eu desencano para sempre em dois segundos. Até quando eu vou fugir por medo de me machucar?
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Sorohell
Devaneios e ventania.Tolices de uma garota quieta que fala demais.