01 agosto 2011

Sobre não-sei-o-que

Bosta bosta bosta. Preciso falar, escrever, vomitar tudo. Eu não sei o que eu to sentindo, mas calma não é. Talvez seja um certo desespero de quem sempre tem mil coisas pra fazer e, de repente, não fez 'nada' das obrigações por dois dias seguidos!
Vontade de fugir, sabe? To me sentindo sufocada, não por ninguém além de mim.
Aquela situação em que você não sabe nem que som ouvir, você não sabe se está com fome, você não sabe nem se está sangrando ou se está doendo. Você não sabe.
Todos os sentidos e todas as suas experiências somem, é como se você tivesse nascido ontem. Ou hoje de manhã. Você simplesmente não sabe, não sabe o que está sentindo.
Tomar qualquer decisão assim, nem que seja sobre comer pão ou batata, é impossível. O lance de ter perdido uma calcinha faz me sentir uma criança que perdeu um bichinho de pelúcia que levei na casa da amiguinha. Minhas costas doem, ou não. Quero tomar banho agora, ou não. Quero ir embora o mais rápido possível, ou não.
Embora eu saiba que isso não faz o mínimo sentido, é a única coisa que eu sei que estou sentindo agora: dúvida. Além da vontade absurda de comer brigadeiro. Se eu pegar um ônibus agora, não vou conseguir ler nada, nenhuma música será boa o suficiente, falar com alguém será muito difícil e a saudade de sei lá o que que ainda não sinto, mas sei que deveria.
Pois é, este é um texto sobre não-sei-o-que. às vezes tenho vontade de comer carne, em outras acho que gosto de ser complicada mesmo. Sentar na varanda ouvindo Arcade Fire e fazer uma pessoa sensível chorar não são coisas legais de se fazer - tirando a parte do Arcade Fire, isoladamente. Mas foi inevitável.
Talvez seja TPM, talvez seja uma culpa por sentir o vazio que estou sentindo agora. Eu não sei. E provavelmente não saberei por muito tempo.

31 de julho de 2011.
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Sorohell
Devaneios e ventania.Tolices de uma garota quieta que fala demais.