16 julho 2012

Quando eu percebi que você me abandonou, uma dor incrível tomou conta de mim. Uma solidão me arrebatou. Algumas coisas simplesmente não faziam mais sentido. O céu não seria mais azul. 'Vermelho' não seria mais uma canção agradável, de se ouvir e sorrir, sorrir.

Quando você me abandonou, eu nem sei ao certo por que. Medo talvez. Eu era o seu contato com um mundo que você amava, e nunca faria parte, por escolha. Sua vida tinha que dar certo, certo? O novo emprego, o noivado que desmoronava. Penso que o contato comigo somente lhe fazia mal, outrora fazia bem.

Quando você me abandonou, senti aos poucos. Em doses homeopáticas você o fez. Antes você costumava me ligar todos os dias, e preencheu uma ferida enorme, porque eu havia sido deixada - fisicamente, há tão pouco. Depois você foi sumindo, sumindo, sumindo. Até que percebi que não estava mais ali.

Quando você me abandonou eu chorei. Chorei ouvindo Melanie Pain. Chorei para as paredes do meu quarto. Chorei para o meu café gelado. Chorei de dor no joelho. Chorei porque você me disse: 'desculpa Carolzinha'. Mas eu sabia, eu sabia que você não estava mais ali.

Você não entende nada

Texto escrito em 06/06/2012

Cansei de todo esse silêncio. E sua fala desenfreada que não tem significado nenhum para o momento.

Cansei dos ‘não sei’ quando faz algo errado e sequer se dá ao trabalho de arrumar justificativa para aquilo.

Todas as vezes que chamei e fui ignorada, todas as vezes que chamei e você não podia atender, todas as vezes que chamei e você não viu. Tudo isso se mistura e hoje em dia não sei diferenciar uma coisa da outra, mas ainda machuca.

Todos os ‘beijos, te amo’ que não são respondidos por que eu não estava mais lá. A falta de tempo que só é falta de tempo quando é para me responder. Minhas mensagens deixadas de madrugada, sem resposta.

O fato de que, não importa o que eu faça você sempre permanece frio, distante, distraído. Nunca é o suficiente, mas você nunca faz nada para mudar isso.

O vazio no peito que eu sinto quando penso em nossa relação. Como tudo começou, como VOCÊ quis ficar comigo, e não o contrário.

E pra que conquistar amor se você vai desperdiçar depois? Pra que fazer planos? Pra que me iludir? Pra que dizer que me ama? Pra que vir em casa nos fins de semana? Pra que perder seu tempo? Pra que me fazer perder meu tempo?

Não sou morna, não sou fria. Sou intensa. E sim, com isso vem uma complexidade chata, vem ciúme, vem atenção demais e querer atenção demais. Te dar menos é ser falsa. Querer menos é ser falsa. Não posso passar a vida de forma melancólica por que não recebi a atenção necessária. Não posso passar a vida me segurando para não te ligar. Você não quer e não pode me dar o que eu preciso.

Você nunca entende nada.

13 março 2012

Como escrever se talvez eu nem saiba mais como fazer isso? O que cura um coração despedaçado? Fantasia, desabafo, um conto ou uma poesia? Minha imaginação se prendeu em um baú anos atrás, e não sei quem escondeu a chave. Acho que isso significa que eu só posso escrever sobre mim.

É engraçado pensar em como nossos sonhos se alteram, principalmente aqueles que nunca foram realizados. Eu passei boa parte da minha infância sonhando em ser uma jornalista (consequentemente) poliglota. Eu sempre amei estudar outras línguas, descobrir curiosidades de outros países. E eu sempre gostei de escrever. Em todos os meus momentos difíceis – sim, houveram muitos deles, lá estava o caderno/diário da época, pronto para me ouvir e suportar minha condição, qualquer que fosse. Muitas vezes eu simplesmente rabisquei com força, chegando a rasgar o papel, em outras eu simplesmente eu o arrancava brutalmente. Muitas das vezes eu escrevia palavras de ódio e desamparo. Mas não foi somente isso. Quantas e quantas histórias mágicas e caóticas e serenas e malucas me aconteceram! E ah se não fosse o papel, a escrita. Minha memória me falha desde que me conheço por gente, foi preciso anotar tudo que senti necessidade de tornar eterno – em algum lugar, pois na mente consciente nunca permanecia por muito tempo.

Embora eu assuma, sem nenhum orgulho, que deixei de anotar muitas e muitas coisas lindas que me aconteceram, essas eu ainda posso sentir de alguma forma. Oh que contradição. E eu saí do caminho.É engraçado como este sentimento é recorrente em mim. Quando meu interesse por política partidária fortaleceu, percebi que jornalismo não era tão ideal assim para mim. Mas as palavras continuam aqui. Agora elas fogem, se escondem, se confundem, mas permanecem.

Hoje eu ouvi meu supervisor contando de uma orientação vocacional que ele realizou semana passada, ou algo assim. A menina havia conseguido passar no vestibular de uma ótima universidade, mas desejava outro curso. Meu professor, contratado pelos pais para convencê-la a ficar por mais um ano, estudar por mais um ano, e prestar o curso que tanto deseja cursar, argumentou da seguinte forma: ‘Quanto lhe causará emocionalmente desistir do seu sonho sem ao menos tentar?’

Quanto lhes causa isto?

Esse assunto é delicado e, ao mesmo tempo, esgotado por aqui. Mas acho que aqueles que forem atenciosos saberão porque meu coração está em pedaços, e porque tento e tento colar todos eles, espalhados por aí, sem sucesso, há 4 anos.

05 março 2012

Depois de uma tempestade que parecia não ter fim e prometia me deixar sem teto e sem nada, as coisas acalmaram e, bem, uma nova semana começa.

E começa com uma incrível vontade de mudar/melhorar sem ter que perder 'tudo', como já aconteceu antes. Eu quero melhorar agora, para aproveitar o que tem na minha vida AGORA. Não quero esperar ser abandonada por cansaço, não quero testar as pessoas nesse sentido.

Não quero mais colocar a minha felicidade nas mãos de uma pessoa, porque isso é injusto - para mim e para ele.

É curioso meu comportamento cíclico. Estou solteira, corro atrás das coisas, faço mil contatos, faço tudo acontecer, me fortaleço. Claro que tenho momentos de tristeza e loucura, mas eles passam na manhã seguinte e não deixam rastros mais sérios que status comprometedores no facebook. E então alguém gosta de mim, e eu gosto da pessoa ao mesmo tempo! (ou quase ao mesmo tempo). Voilà, aquela guria legal, de boa e aparentemente bem-resolvida e interessante de se namorar se torna uma garotinha chorona, suicida, com muitos problemas com a família, muito problemas com grana, muitos problemas com o corpo, muitos problemas com tudo!
Eu sempre fui sensível, mas quando sei que tem alguém disposto a cuidar de mim, eu baixo a guarda demaaaaais. Acaba se tornando uma coisa de testar pra ver até onde a pessoa aguento comigo. (mas eu só percebi isso agora!). E então a pessoa estranha, sente que foi enganada; se preocupa com meu estado; e por fim cansa. Cansa de brigas, de remédios, de ligações estranhas, de stress, da família contra a relação. Outras gurias aparecem. É normal, é compreensível.

EPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Já sabemos como tudo (ou quase tudo) funciona e não, NÃO queremos este final já conhecido. Não quero ter que perder pra acordar.
Quero melhorar, aguentar o estágio, arrumar outro, pagar minhas contas, voltar à terapia, voltar ao balé, ir aos shows lindos que me esperam em 2012 e ter um relacionamento legal (comigo mesma, com namorado, com amigos e família).

Não sei como isso termina, mas sei que não será daquele jeito já conhecido. E que, a partir de agora, há um recomeço diferente.

'I ain't happy, I'm feeling glad.
I got sunshine in my bag.
I am useless, but not for long
The future is coming on'

29 fevereiro 2012

No escuro, de tantas formas possíveis.

Anestesiada.
Não importa o que vai acontecer, eu acho que vou aguentar. Murro, mais murro, tiro, caio no chão. Levanto. Aqui no meu mundo está tudo um grande whatever.
Afeto, desafeto, xingo, sorriso. Eu duvido que qualquer coisa vai fazer diferença hoje.

'I don't care no more, so don't you worry.
Goodbye, I'm going home.'

03 novembro 2011

'Você quer terminar?'

'Um fim de semana em outro mundo
Pode ser a salvação
Pode ser loucura
Acreditar que ainda exista salvação
Só se for contigo
Só contigo
Duas noites no deserto'

Eu quero sumir deste mundo, mas só se for com você. Passar o Ano Novo em São Tomé das Letras, ou em qualquer outro lugar. Ter nossa casinha com geladeira retrô, jardim com todas as flores e ervas que desejarmos, cachorros e gatos, filhotes do Fred e a Nico, nosso quarto secreto com espelhos, nosso casal de gêmeos. Todas as viagens que faremos, e festas, bebedeiras, esquecimentos. Comemorações pelo que der certo, algumas conversas sérias em momentos adultos. Ganhar massagem e, quem sabe um dia, aprender né?
Dormir enroscadinha no meu fedido,trocar colares, ver peças, inventar outros nomes, andar de bicicleta, tirar 72 mil fotos, trocar músicas, se perder por aí, fazer bagunça na cozinha.
Trepar, trepar hard, trepar bonitinho, trepar que nem leão, trepar brisados.
As mil coisas que já aconteceram e as milhões que vão acontecer. E o agora.

É, acho que eu já sei responder sua pergunta.

01 setembro 2011

Vida Virtual

Tantas redes sociais por aí, uso muitas das disponíveis. Mas nesses dias de crise percebo o quanto todas elas são vazias. Não importa quantos posts eu tenha, seja aqui, no face, no twitter, nos dois tumblrs ou em qualquer outro lugar. Não muda muita coisa, não me sinto acolhida ou ouvida. Por mais que algumas (ou muitas) pessoas conversem comigo nessa vida virtual, eu queria outra coisa. Não estou menosprezando ninguém, nem mendigando atenção. Mas eu quero outro tipo de contato. Um colo, um bom papo, um abraço apertado, dividir um sorvete com alguém, um cinema, até mesmo um telefonema. Seja do namorado, dos melhores amigos, dos amigos, dos quase-amigos, mas tem que ser de alguém. Tão 'perto' de tanta gente, e tão longe. Conectada 24 horas por dia e sozinha. É preciso fazer contato, EU preciso fazer contato.
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Sorohell
Devaneios e ventania.Tolices de uma garota quieta que fala demais.